Acórdão nº 687/05.8TBCNT.C1 de Court of Appeal of Coimbra (Portugal), 27 de Fevereiro de 2007

Magistrado ResponsávelISA
Data da Resolução27 de Fevereiro de 2007
EmissorCourt of Appeal of Coimbra (Portugal)

Acordam neste Tribunal da Relação de Coimbra I- Relatório 1. A autora, A...

, instaurou contra o réu, B...

, ambos com os demais sinais dos autos, a presente acção especial de divórcio litigioso, pedindo que, com o fundamento na violação culposa dos deveres conjugais de respeito, fidelidade e cooperação por parte do último, fosse decretado o divórcio entre ambos e, consequentemente, dissolvido o casamento que celebraram entre si, e bem assim que, com base nos danos não patrimoniais sofridos com tal dissolução do casamento, fosse aquele ainda condenado a pagar-lhe uma indemnização no montante de € 15.000,00, acrescida dos juros moratórios legais a contar da sua citação 2. Frustada que se mostrou a tentativa de conciliação dos cônjuges desavindos, na sua contestação o réu, no essencial, negou os factos em que a autora consubstanciou o seu pedido de divórcio, e, por sua vez, contra-atacou, pedindo, em reconvenção, que fosse decretado o divórcio entre ambos, tendo por fundamento a culposa violação, por parte da última, dos deveres conjugais de fidelidade, respeito, assistência e coabitação, e bem assim que, com base nos danos não patrimoniais sofridos com a dissolução do casamento, fosse a autora ainda condenada a pagar-lhe uma indemnização no montante de € 15.000,00.

  1. A autora replicou, concluindo pela improcedência da reconvenção.

  2. No despacho saneador, começou por se admitir o pedido reconvencional do réu, com excepção da parte referente ao pedido de indemnização pelos danos não patrimoniais (já que foi, com base nos fundamentos aí aduzidos, indeferido), afirmado-se, quanto ao demais, a validade e a regularidade da instância, a que se seguiu a elaboração da selecção da matéria de facto, a qual foi depois objecto de reclamação, não atendida, por parte da autora (que pretendia que fossem aditados mais alguns factos à base instrutória).

  3. Mais tarde, procedeu-se à realização do julgamento – com a gravação da audiência.

  4. Seguiu-se a prolação da sentença, na qual, e a final, acabou por se julgar improcedente a reconvenção e parcialmente procedente a acção, já que, por um lado, se decretou o divórcio entre a autora e o réu com a, consequente, dissolução do casamento celebrado entre ambos - declarando-se ainda o último, com base na violação de dever conjugal de respeito, o principal culpado -, e, por outro lado, se absolveu o réu do pedido de indemnização que contra si havia sido formulado por aquela.

  5. Não se tendo conformando com tal sentença, a autora dela interpôs recurso, o qual foi admitido como apelação.

  6. Nas suas correspondentes alegações de recurso que apresentou, a autora/apelante concluiu as mesmas nos seguintes termos: “I. Impugna a Recorrente por intermédio do presente recurso a decisão proferida no julgamento da matéria de facto sobre o teor conjugado dos quesitos 42), 43) e 44), a consequente decisão que absolveu o Recorrido do pedido de pagamento de indemnização a favor da Recorrente por força dos danos não patrimoniais a esta provocados (conforme o disposto no art. 1792.º do C.C.) e a decisão que conheceu do mérito do pedido reconvencional de indemnização a pagar pela A. ao R. com o mesmo fundamento.

    1. Sobre os quesitos 42), 43) e 44) depuseram em audiência de discussão e julgamento as testemunhas Rui Ferreira Lopes, Maria Ester, Ilda da Conceição Alves Pereira Abreu e Maria da Conceição Alves Pereira.

    2. Esses depoimentos encontram-se gravados, de acordo com o que foi feito constar da acta, nos seguintes termos: Rui Ferreira Lopes – cassete 1, lado A, 1749 a final e cassete 1, lado B, 0 a 700; Maria Ester –...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT