Acórdão nº 1982/12.5TBMGR-B.C1 de Court of Appeal of Coimbra (Portugal), 23 de Setembro de 2014

Magistrado ResponsávelJORGE ARCANJO
Data da Resolução23 de Setembro de 2014
EmissorCourt of Appeal of Coimbra (Portugal)

Acordam no Tribunal da Relação de Coimbra I – RELATÓRIO 1.1.- Na Comarca da Marinha Grande, por sentença de 2/1/2013, foi declarada a insolvência de J… e V...

1.2.- Os credores - Banco C…, SA, Banco I…, SA, Banco A…, SA, O…, SA e Fazenda Nacional reclamaram os seus créditos.

O Administrador de Insolvência juntou a lista definitiva de credores (fls. 26 e segs.), reconhecendo todos os créditos.

1.3.- O insolvente J… impugnou a lista de credores relativamente ao crédito da Fazenda Nacional (€ 19.877,63), excepcionando a prescrição quanto ao imposto do selo e alegou inexistir culpa da sua parte na insuficiência do património da devedora original, pelo que não pode operar a reversão da dívida fiscal.

Respondeu o Ministério Público alegando, em síntese, que a reversão das dívidas fiscais da sociedade “M…, Lda” tornou-se definitiva, uma vez que não deduziu oposição na execução fiscal e não está prescrita a dívida pelo imposto de selo.

1.4.- Por sentença de 28/11/2013 decidiu-se, nos seguintes termos: “ A) Julgar a impugnação deduzida pelo insolvente J… totalmente improcedente; “ B) Reconhecer os créditos de BANCO C…, S.A., BANCO I…, S.A., Banco A…, S.A., O…, S.A. e FAZENDA PÚBLICA; “C) Graduar os créditos nos seguintes termos: 1) No que se refere ao produto da venda do direito de compropriedade incidente sobre o prédio urbano sito em …: (i) Em primeiro lugar, o crédito hipotecário do BANCO C…, S.A. de 289.103,26€; (ii) Em segundo lugar, os créditos comuns de BANCO C…, S.A., BANCO I…, S.A., Banco A…, S.A., O…, S.A. e FAZENDA PÚBLICA; (iii) Em terceiro lugar, o crédito subordinado do BANCO C…, S.A., no valor de 9.985,63€; 2) No que concerne ao produto da venda dos direitos de compropriedade incidentes sobre os prédios rústicos descritos sob as verbas n.º 2) e 3) e demais bens apreendidos: (i) Em primeiro lugar, os créditos comuns de BANCO C…, S.A., BANCO I…, S.A., Banco A…, S.A., O…, S.A. e FAZENDA PÚBLICA; (ii) Em segundo lugar, o crédito subordinado do BANCO C…, S.A., no valor de 9.985,63€.

* Custas imputáveis à massa insolvente, as quais são precípuas (art.º 304.º do CIRE).

* Registe e notifique. “.

1.5.- Inconformado, o insolvente recorreu de apelação com as seguintes conclusões: … Não foram apresentadas contra-alegações.

II – FUNDAMENTAÇÃO 2.1. – O objecto do recurso As questões submetidas a recurso, delimitado pelas conclusões, são as seguintes: (1ª) Prescrição da dívida fiscal ( imposto de selo); (2ª) Tendo o insolvente deduzido (no apenso de verificação de créditos) impugnação ao crédito fiscal, saber se está legitimado no processo de insolvência a infirmar os pressuposto da reversão fiscal (os efeitos da insolvência na responsabilidade tributária subsidiária).

2.2.- Os factos provados Os créditos fiscais reclamados pela Fazenda Pública reportam-se a IVA de Novembro e Dezembro de 2006, IMI de 2006, IRC de 2006, IRS de 2005 e 2006 e Imposto de Selo de 2004 (de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro); A liquidação do imposto de selo ocorreu em Fevereiro de 2008; O imposto de selo referenciado foi objecto do processo de execução fiscal n.º ... , sendo que o mesmo foi apenso...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT