Acórdão nº 4846/2007-6 de Court of Appeal of Lisbon (Portugal), 14 de Junho de 2007

Magistrado ResponsávelPEREIRA RODRIGUES
Data da Resolução14 de Junho de 2007
EmissorCourt of Appeal of Lisbon (Portugal)

ACORDAM NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA: I. OBJECTO DO RECURSO.

No Tribunal Cível da Comarca de Lisboa, Maria, com os sinais dos autos, intentou a presente acção, sob a forma ordinária, contra uma sociedade de comercialização e distribuição de produtos alimentares, pedindo a condenação desta a pagar-lhe a quantia de 42.730,92 euros, acrescida de juros de mora à taxa de juros comercial, até efectivo pagamento, juros que à propositura da acção totalizavam a quantia de 8.646,12 euros.

Para tanto, e em síntese, alegou que é sócia da ré, à qual, para exercício da actividade comercial, mutuou em Janeiro de 1999, a quantia de 98.995,32 euros, quantia que a ré se comprometeu a pagar-lhe logo que ela o solicitasse.

Em Dezembro de 2001 a autora aceitou reduzir o saldo do seu crédito sobre a sociedade na quantia de 2.880.000$00, imputando essa quantia na conta de resultados da sociedade e recebeu, entre Agosto de 1999 e Julho de 2000, da sociedade para pagamento do seu crédito, diversas quantias parcelares que totalizaram 41.899,02 euros, pelo que em divida está a quantia peticionada nesta acção e respectivos juros de mora.

Devidamente citada a ré contrapõe que se é verdade que a autora emprestou dinheiro à sociedade, não o é que esta se tenha comprometido a pagar à autora quando esta o solicitasse. Mais alega que ficou estabelecido que esse dinheiro era entregue a título de suprimentos à ré, não venceria juros e seria reembolsado quando a ré pudesse.

Quanto às quantias entregues à autora foram-no a título de remuneração pela administração da sociedade.

Pugna, por isso, pela improcedência da acção.

A ré apresentou alegações de direito por escrito, defendendo tratar-se de um contrato de suprimento e, por isso, seria este tribunal absolutamente incompetente para do pedido conhecer.

Prosseguiram os autos os seus trâmites, sendo proferido despacho saneador e elaborada a especificação e a base instrutória e, por fim, procedeu-se a audiência de discussão e julgamento, sendo depois proferida sentença, julgando a acção procedente e condenando a ré do pedido.

Inconformada com a decisão, veio a R. interpor recurso para este Tribunal da Relação, apresentando doutas alegações, com as seguintes CONCLUSÕES: 1. A M. Juíza a quo não interpretou convenientemente os factos.

  1. A quantia peticionada nos autos estava subordinada ao regime legal do contrato suprimento previsto nos artigos 243.° e seguintes do Código das Sociedades Comerciais.

  2. A sentença recorrida...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT