Acórdão nº 0440016 de Court of Appeal of Porto (Portugal), 28 de Abril de 2004 (caso NULL)

Magistrado ResponsávelDIAS CABRAL
Data da Resolução28 de Abril de 2004
EmissorCourt of Appeal of Porto (Portugal)

O inquérito nº .../03.3TDPRP, que corre termos no DIAP do Porto, teve início numa queixa apresentada por A.........., advogado, imputando a B.........., também advogado, factos susceptíveis de integrar um crime de difamação, p. e p. nos artºs 180º e 183º do CP.

Aquele ofendido requereu a constituição como assistente, alegando que pretendia advogar em causa própria.

A Senhora Juiz de Instrução, por considerar que em processo penal o assistente não pode advogar em causa própria, indeferiu a intervenção daquele ofendido como assistente.

Desse despacho interpôs recurso o ofendido motivado com as seguintes conclusões:1ªVem o aqui recorrente clamar por justiça neste pretório - atento o douto despacho de 9/10/2003 a fls. 23 e consequentemente impugnar o aludido despacho que ao indeferir o seu pedido de constituição em assistente pondo termo à causa violou a lei;2ªO recorrente foi notificado para se constituir em assistente pois os factos que denunciou eram susceptíveis de integrar um crime de natureza particular;3ªO que fez em 26/5/2003 advogando em causa própria liquidando a respectiva taxa de justiça fls. ;4ªConsidera a Meritíssima Juiz a fls. 21 que "A jurisprudência é pacífica no que concerne ao facto de o arguido em processo penal não poder advogar em causa própria razões éticas e de conveniência processual a tal aconselham. Essas razões, "mutatis mutandis" aplicam-se também ao assistente..." e em 9/10/2003 fls. 23 indeferiu o pedido de constituição de assistente formulado pelo aqui recorrente.

Com o que se discorda.

  1. Não existe paralelo entre os estatutos do arguido e o seu defensor e os estatutos do assistente e do seu representante judiciário, as razões que impõem que o arguido não possa advogar em causa própria e seja obrigatoriamente assistido por defensor não se aplicam ao assistente, como se verá!6ªO "...poder - dever que a lei confere ao defensor de exercício da sua função -ufficio, lhe chamam com razão os autores italianos - de defesa que não fica ligada às instruções ou à vontade do arguido. Neste sentido pode e deve afirmar-se que a função de defesa é pública, tem o seu assento no direito público e não no instituto jurídico privado da representação" como escreve Figueiredo Dias in Direito Processual Penal I, Coimbra Editora 1981 a pág. 470.

  2. A ".. situação jurídica do defensor ... ele não está inteiramente dependente na sua actuação, da vontade do arguido. Pode mesmo ir contra a vontade deste, promover diligências, requerer...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT